sexta-feira, 29 de julho de 2011

programa actualizado da festa de reocupação



Ainda não temos as "chaves", mas logo lá estamos, o mais tardar 19h00, para iniciar a Festa de Reocupação, que se prolongará pelo fim-de-semana.

A CasaViva aliou-se à festa e transferiu para a Es.Col.A a segunda sessão de cinema sobre a revolução silenciada na Islândia, marcada para hoje. O horário mantém-se: 21h30. Mais info: CasaViva

PROGRAMA

6ª feira, 29
19h00 - Merenda autogestionada
21h30 - Cinema: Maybe I Should Have, de Gunnar Sigurðsso
sábado, 30
14h00 - Grande festa de reocupação, abrilhantada com espectáculo de limpeza ao vivo, acompanhada de música gravada, feira de velharias, lanche, jogos...
domingo, 31
14h30 - Confraternização
19h00 - Espectáculo de marionetas

mais uma noite abandonada


Porto, Rua da Fábrica Social, nº 17, Escola do Alto da Fontinha. 28 Julho 2011, 21h00

Ok, ontem o portão não estava escancarado, somente encostado. Bastou empurrá-lo para entrar no pátio. Era uma meia hora mais cedo do que no dia anterior e as fotografias nem precisaram de flash. Deu para verificar o avanço dos trabalhos de desemparedamento e de remoção de entulho. E foi tão ou mais fácil entrar na escola do que no dia anterior, o vão de acesso lá estava, aberto e convidativo.

Só lhe faltavam as portas... que os funcionários da Domus Social não tiveram tempo de colocar quando soou o despegar.








Ontem como anteontem, a escola passou a noite abandonada num convite a ser visitada:
é só entrar, minhas senhoras e meus senhores

fim do primeiro acto da saga burocrática


Resumo da 17ª assembleia, 27 de Julho, Largo da Fontinha

O alívio e a alegria pelo fim do primeiro acto da saga burocrática foi a nota dominante da 17ª Assembleia do Es.Col.A. Muitos já sabiam da assinatura, na segunda-feira anterior, do contrato promessa por parte do colectivo e todos ficaram a saber que a vereadora também já lá tinha colocado a sua. Soube-se ainda que o desemparedamento tinha começado horas antes e que “parece que o portão está aberto”.

As cerca de 40 pessoas que se reuniram no Largo da Fontinha aproveitaram, então, para decidir uma merenda, para sexta-feira, às 18h30, e uma festa para sábado, a partir das 14h00, tudo autogestionado e tudo tendo por objectivo a diversão, o convívio e, muito importante, a limpeza e arranjo do espaço. Confirmou-se, para sábado, uma feira de velharias cujos potenciais dividendos serão dirigidos para ajuda animal e também a vontade de ter um teatro de fantoches, lá mais para o fim do dia. Mas, quem quiser festa, que trate de a trazer. Falta fazer divulgação.

De volta à saga burocrática, eis-nos a abrir o segundo acto: a constituição duma associação. Notou-se que foi um ponto em que não houve grandes avanços, em que surgiram informações que contrariavam outras que tínhamos, como a de não se poder escolher o nome no caso de se seguir o modelo de “associação na hora”. Ficaram, por isso, definidas pessoas que irão tratar, de uma vez por todas, de trazer informação muito específica sobre o assunto. A saber, quanto custa, quanto demora e se é possível escolher o nome, tanto para uma associação na hora, como para uma associação juvenil, como ainda para a utilização duma associação já existente.

Mas o Es.Col.A já se sente um ser vivo outra vez e era tempo de novo intervalo nesta peça de teatro de tão mau gosto, hora de voltar a pensar no projecto como tal. A 17ª Assembleia foi o momento de reactivação dos grupos de trabalho que já existiam (logística, infra-estruturas, princípios, comunicação, festas, levantamento de ideias e opiniões do bairro e jardim), altura em que se pediu que todos os presentes nas assembleias pertencessem pelo menos a um desses grupos e que não o fizessem apenas com uma atitude de curiosidade. Foi por estes momentos que se falou também da importância de encetar contactos com outros grupos e movimentos, pessoas e associações. Uma tarefa que se pode revestir de tamanha complexidade que não se chegou a decidir se deveria ser função do grupo de comunicação ou se mereceria um grupo só para a desenvolver.

A dinâmica das assembleias iniciais parecia ter voltado definitivamente quando se passou para a apresentação de propostas de actividades. Apareceu a ideia de criar um grupo que trabalhe sobre temas que afectam directamente as camadas mais esquecidas pelo capitalismo: o trabalho, a alimentação, a cultura e a solidariedade. Um grupo que faça o levantamento dos meios físicos, materiais e humanos para criar um projecto de autogestão dos recursos em prol da comunidade. Que sirva também para fazer pontes com outras comunidades que desejem alternativas. Uma plataforma que articule informação e acção entre os diferentes bairros e comunidades. A ideia foi aprovada e o projecto pode começar a desenvolver-se.

O “regresso” do hacklaviva, que, afinal, nunca partiu, e cujo papel é potenciar a emancipação tecnológica, foi também bem acolhido, com as suas ideias de recuperar computadores antigos, de colocar alguns com acesso livre (preferencialmente com net) e de criar uma rede sem fios comunitária cujo primeiro ponto seria a escola. A mesma aceitação teve um outro “regresso” de quem nunca partiu, o Terra Viva, com o seu grupo de ar livre e educação informal. Ambos ficaram de apresentar projectos concretos para mobilizar voluntários que os ajudem a ir em frente.

Aprovada também foi a ideia de apresentar o Es.Col.A, em quatro sessões, aos alunos galegos que virão para um curso de língua portuguesa na Universidade do Porto, em parceria com as galegas AGAL e Andaime. Tratar-se-á dum conjunto de conversas informais sobre o projecto, a sua história, as suas lições e perspectivas. Nos dias 4, 11, 16 e 23, sempre às 19h00.

Uma loja livre, uma feira livre, uma loja Trocal. A ideia pareceu boa para toda a gente, mas ficou de se pensar melhor no assunto e apresentar um projecto acabado para discussão. Amplamente rejeitado foi um pedido de conversa acerca do projecto Es.Col.A como iniciativa de empreendedorismo social. Para quem quiser saber quem nos convidou, www.ies.org.pt

O grupo de apoio escolar tinha reunido dias antes e era altura de partilhar com os restantes as conclusões a que tinham chegado. Estão a tentar saber exactamente quem, dentro do grupo, está disponível para Agosto e afirmam uma vontade de estarem presentes todos os dias desse mês, tanto a desenvolver actividades como a preparar o início do ano lectivo, que deverá começar com uma festa. Para que isso seja realidade, precisam de pessoas que apareçam e de cartazes e flyers a anunciar que a escola está aberta em Agosto.

Depois das festividades de sexta e sábado, e dada a importância de haver actividades durante este mês de Agosto, voltaremos a encontrar-nos para a 18ª Assembleia do Es.Col.A, a primeira lá dentro desde Maio.

Terminada a 17ª assembleia da Es.Col.A, a última na rua, e conhecedores de que a vereadora assinara o contrato de promessa de cedência da escola do Alto da Fontinha e que o desemparedamento tinha começado, pessoal que se deixou ficar à conversa no largo soube então, para seu espanto, que o portão se encontrava escancarado. Pés ao caminho, vamos ver a escola. Mas estranho nem foi ver aberto o acesso ao pátio, estranho foi encontrar o edifício completamente disponível ao furto e vandalização.

Tal como o menino que por ter muitos brinquedos não se importa de os estragar mas não os quer partilhar …a autarquia brinca aos imóveis porque não lhe chega os automóveis.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

festa de reocupação


Amanhã regressamos à escola. Já que é sexta-feira, faça-se lá a merenda, decidiu-se ontem em assembleia. Autogestionada, claro… da comida e bebida à animação. Assegurados estão mesas e cadeiras, sistema de som, calor e alegria. Não te esqueças que há vegetarianos.

O mais tardar 19 horas estaremos na escola. A ver vamos em que estado nos é devolvida. O reconhecimento do espaço antecipará a merenda e permitir-nos-á fazer o ponto de situação para iniciar os trabalhos no dia seguinte, sábado. Neste fim-de-semana queremos fazer uma Grande Festa. Do programa, consta para já: limpeza, teatro de marionetas, jogos, feirinha de velharias para angariar rações para animais (proposta do projecto Ajuda Animal), e lanche... autogestionado, claro!. Vai pensando em mais coisas e dá-nos notícias se tiveres alguma iniciativa para animar a malta que possamos anunciar de antemão.

PROGRAMA
6ª feira
19h00 - Merenda autogestionada
sábado
14h00 - Grande festa de reocupação, abrilhantada com espectáculo de limpeza ao vivo, acompanhada de música gravada, feira de velharias, lanche, jogos...
domingo
14h30 - Confraternização
19h00 - Espectáculo de marionetas

é só entrar, minhas senhoras e meus senhores


Porto, Rua da Fábrica Social, nº 17, Escola do Alto da Fontinha. 27 Julho 2011, 21h30.

Portão escancarado, é só entrar, minhas senhoras e meus senhores. Assim fizémos e assim registamos o descuido dos funcionários da Domus Social que ontem iniciaram os trabalhos de desemparedamento do edifício. É verdade que ainda só desemparedaram um dos acessos, mas também é verdade que é o suficiente para lá entrar, sobretudo se em vez de uma porta fechada esse acesso corresponder a um enorme vão em tosco… Terá chegado a hora de despegar e não tiveram tempo para colocar um tapume?

Terminada a 17ª assembleia da Es.Col.A, a última na rua, e conhecedores de que a vereadora assinara o contrato de promessa de cedência da escola do Alto da Fontinha e que o desemparedamento tinha começado, pessoal que se deixou ficar à conversa no largo soube então, para seu espanto, que o portão se encontrava escancarado.


Pés ao caminho, vamos ver a escola. Mas estranho nem foi ver aberto o acesso ao pátio, estranho foi encontrar o edifício completamente disponível ao furto e vandalização.

Tal como o menino que por ter muitos brinquedos
não se importa de os estragar mas não os quer partilhar

...a autarquia brinca aos imóveis porque não lhe chega os automóveis.

terça-feira, 26 de julho de 2011

a última assembleia na rua


17ª ASSEMBLEIA
27 julho 4ªfeira 18h30

Largo da Fontinha

Será a última assembleia na rua. A ansiedade de voltar para a escola aumenta. Mas é preciso ser pragmático, avançar com o que há a fazer, temos 30 dias para criar a Associação Es.Col.A. Esse deverá ser o assunto de partida, tomarmos conhecimento dos trabalhos da equipa formada para fazer o levantamento das formalidades burocráticas e delinear os passos seguintes.

Se a vereadora assinar entretanto o contrato de promessa, a notícia veiculará de antemão na assembleia e não resistiremos a preparar a festa de reabertura, de cujo programa poderá fazer parte, no próximo sábado, uma “feirinha de velharias, e angariação de ração”, um pedido remetido pelo Projecto Ajuda Animal. Mas isso decidiremos então.

Há ainda duas outras propostas recebidas por email: da coordenadora dos cursos de português aPorto, que gostaria de dar a conhecer a Es.Col.A aos seus alunos, enquanto projecto social alternativo; e um pedido de conversa do Instituto do Empreendedorismo Social.

Há também que tratar de assuntos relacionados com a organização interna da Es.Col.A e com os seus grupos de trabalho, a necessitarem de reestruturação nesta nova fase do projecto. E, claro, é preciso preparar as actividades para Agosto, um mês em que a cidade adormece ao sol.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

até sexta-feira regressamos à escola


No hall da entrada da divisão municipal do 5º andar do número 182 da Rua do Bolhão, o relógio pendurado na parede marcava quatro horas e quase trinta e cinco minutos. Na realidade, eram cerca de três da tarde quando a preciosidade d'A Boa Reguladora foi fotografada, já as duas representantes da Es.Col.A haviam assinado, em duplicado, o Contrato de Promessa de Celebração de Contrato de Cedência Temporária e rubricado o canto superior direito das suas três páginas, mais o anexo com a planta de implantação da escola do Alto da Fontinha.

Apenas as segundas outorgantes assinaram então o contrato de promessa. Pelo município do Porto, primeiro outorgante, assinará a responsável do pelouro do Conhecimento e Coesão Social. Ainda esta tarde o contrato seguirá para a senhora vereadora, afirmou Carmo Costa, técnica superior da divisão municipal de gestão e avaliação do Património, que presenciou, com outras duas representantes da Es.Col.A, a assinatura do contrato de promessa. Em anexo, ficaram cópias dos documentos de identificação das segundas outorgantes.

O documento, com data de hoje, 25 de Julho de 2011, é cópia da minuta enviada pela câmara a 15 de Julho (ver câmara disponível para assinar contrato de promessa), sendo que, na cláusula 3, no espaço antes em branco correspondente ao prazo de desemparedamento e entrega das chaves da escola, consta agora o algarismo 4. Ou seja, a câmara compromete-se a entregar a escola nos próximos quatro dias.

Se bem que o contrato tenha sido assinado num espaço onde o tempo parou nas quatro horas e quase trinta e cinco minutos, desta vez não há dúvidas: até à próxima sexta-feira regressamos à escola!

domingo, 24 de julho de 2011

Es.Col.A assina contrato de promessa esta 2ª feira


Era para ser coisa a fazer quase de um dia para o outro. Uma formalidade de assinar um papel e desemparedavam a escola do Alto da Fontinha. Passaram-se duas semanas, dia-a-dia de telefonema em telefonema sem notícias conclusivas. Primeiro, era preciso o aval dos advogados... depois só faltava marcar o dia, afinal o papel tinha de ir outra vez à vereadora, quiçá à reunião do excecutivo e ao presidente, já voltou para a vereadora, não aqui ainda não chegou...

Preparávamo-nos para tomar uma atitude, denunciar este processo, quando às 18h24 da última sexta-feira ligam a dizer que podíamos ir assinar o papel na segunda, ou seja, mera promessa de que nos abrem a porta em quatro dias e que a partir daí temos 30 dias úteis para nos transformamos numa associação de fato e gravata - quer dizer, formal, no papel, com a dignidade conferida por estatutos e pelo cadastro na segurança social, nas finanças, etc, com sorte ainda nos dão um código de barras... para depois ser substituído por um papel mais a sério.

Enfim, este pobre papel, cuja vida já parece uma saga, pelos vistos não terá a honra de ser assinado ao mesmo tempo, nem no mesmo edifício, pelas nossas representantes e pela representante do município. A nossa assinatura será na rua do Bolhão, às 14h30, e depois o papel terá de ser transportado até à senhora vereadora, para que o assine também (já nos oferecemos para fazer esse serviço público).

Ora bem, se desta vez as palavras proferidas pelos funcionários, mais técnicos do que políticos, da câmara do Porto tiverem significado literal, o mais tardar sexta-feira, dia 29, estamos na escola. A ver se é desta!

sábado, 23 de julho de 2011

ecoponto no largo da fontinha


Há mais de duas semanas que o Largo da Fontinha tem um ecoponto... iniciativa de pessoal da Es.Col.A. À falta de mobiliário urbano, serve também de base para improvisar uma mesa, como na quarta-feira passada, na última assembleia. Já agora: a próxima é esta 4ª feira, 27 de Julho, 18h30, Largo da Fontinha.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

a caminho da escola...


16ª ASSEMBLEIA
20 julho 4ªfeira 18h30

Largo da Fontinha


Na última assembleia foram dados sinais de que o espírito libertário está presente e ficou fortalecido. Foi nítida a comunhão de interesses e a disponibilidade para alcançar objectivos comuns, ainda para mais quando vivemos dias de grande ansiedade perante a iminência da assinatura do contrato de promessa com a câmara municipal. A utilização da escola do Alto da Fontinha está cada vez mais perto e essa realidade até pode acontecer nesta assembleia. Se assim for, ninguém quer faltar a este momento carregado de simbolismo.

O caminho para a formalização da associação Es.Col.A ainda agora começou e é preciso continuar a discutir e preparar vários aspectos para que o projecto ganhe fundamentos sólidos. Vamos reflectir sobre o processo de criação de estatutos, que serão essenciais para conciliar os nossos fins com os nossos princípios. É preciso também colocar em ordem a nossa contabilidade e cogitar sobre as actividades pertinentes que a Es.Col.A pode realizar durante este Verão.

Aparece e ajuda-nos a construir um final feliz para este episódio de prática da autonomia e autogestão.

domingo, 17 de julho de 2011

quando a escola reabrir o consenso não fica à porta


Resumo da 15ª assembleia, 15 de Julho, Largo da Fontinha

A reafirmação da confiança em duas representantes da Es.Col.A para assinarem com a câmara do Porto um contrato de promessa de celebração de contrato de cedência temporária da antiga escola primária do Alto da Fontinha, nos moldes da minuta enviada nessa tarde pela divisão municipal de Gestão e Avaliação do Património, foi a mais importante conclusão da última assembleia da Es.Col.A. Para avançar com o processo de formalização da associação, quatro pessoas disponibilizaram-se para recolher informação, de forma a podermos tomar decisões sobre a via a seguir já na próxima assembleia, marcada para quarta-feira, 20 de Julho.

A 15ª assembleia da Es.Col.A, em que participaram mais de 40 pessoas, começou com a leitura de uma carta, em luso-belga perfeitamente perceptível, enviada por um companheiro temporariamente ausente no seu país de origem, que recebera ecos de que a anterior assembleia tinha despoletado divergências que poderiam levar algumas pessoas a abandonar o projecto. A missiva começava por lembrar o que provocara a ocupação da abandonada escola do Alto da Fontinha, a 10 de Abril, e o consequente apoio de moradores e outros simpatizantes, que cresceu após o violento processo de despejo, em 10 de Maio, o que demonstrou que a Es.Col.A é um projecto para continuar, se bem que tenha entrado numa fase difícil.

“Difícil porque discussões sobre contratos e a formação duma associação cansam, não motivam. Não são razões que incentivem a nossa participação. As razões são as actividades e a dinâmica enquanto a escola foi ocupada e a vontade de voltar a fazer ainda melhor o que nós já estávamos a fazer bem. É isto que nos dá prazer e felicidade e contribui para o nosso bem estar e o dos outros. Mas infelizmente não podemos fugir desses assuntos mais burocráticos. Somos obrigados a pensar e reflectir e a tomar decisões sobre o futuro que queremos dar à Es.Col.A.” Considerando que as dificuldades actuais se relacionam, em grande parte, com a diversidade das pessoas envolvidas no projecto, ficava o apelo para os presentes não se enganarem por divergências ideológicas supostamente incompatíveis, deixando cair um projecto que “tem marcado a história da ocupação no Porto”. “Cada indivíduo aqui presente vai ter de encontrar a sua maneira de lidar com essa diversidade, procurando um equilíbrio entre compromisso e consciência ideológica. É verdade, podemos sempre sair e separar caminhos neste projecto. É bom saber que temos essa liberdade. Uma liberdade que o sistema que tenciona governar-nos formalmente não permite. (…) Mas, até agora, a nossa maturidade como movimento venceu: a nossa insistência e senso de objectivo comum, a experiência de muitos e vontade de outros de aprender a utilizar as armas políticas do povo: acção directa, manifestações, música, arte, faixas, consenso… Isto tudo contextualizado num discurso público invencível que não nasceu por acaso. (…) Espero que nós, Es.Col.A, continuemos a vencer.(…) O futuro da Es.Col.A sempre dependeu só de nós e continuará a depender só de nós.”

Estes são apenas excertos de uma carta com mais de cinco mil caracteres, cuja leitura deu lugar a uma forte salva de palmas. Cerca de 20 minutos depois, ouvia-se nova salva de palmas, desta vez no final de uma explanação, em luso-polaco, com leve sotaque brasileiro, e também perfeitamente perceptível, sobre “como se chega ao consenso” e que começou por lembrar os princípios da Es.Col.A: autogestionado, livre de discriminações, não comercial, funciona por consenso.

E quais são as vantagens do consenso? Permite a inclusão de todas as pessoas envolvidas, uma vez que prevê alcançar uma decisão partilhada, tendo por base o respeito, a cooperação e o diálogo. Dá espaço à discussão e reflexão sobre o assunto, o processo é mais criativo, fortalece as relações, o grupo e a autogestão, e cada pessoa tem participação activa no grupo e no processo. Todos são ouvidos, ao contrário da votação, que cria minorias e maiorias, vencedores e perdedores.

Atingir o consenso pressupõe, antes de mais, que os objectivos sejam comuns. Exige compromisso, confiança e abertura, tempo. O processo tem de ser claro, tem de ser entendido por todos, e requer participação activa dos participantes. Implica uma boa facilitação. E qual é o papel do facilitador? Não tem qualquer poder sobre os outros, não faz propostas nem toma decisões pelo grupo. O papel dele é, tal como o nome indica, facilitar a discussão, focalizá-la, clarificar propostas que surgem, estar atento ao ambiente dentro do grupo e gerir eventuais conflitos. Precisa muito do apoio activo de todos os presentes.

As decisões por consenso só se concretizam se não houver bloqueios. Pode haver abstenção, que significa que a pessoa não concorda mas não impede a decisão. O bloqueio, no entanto, trava a decisão e obriga a regressar à discussão. É preciso saber bem o que é o bloqueio. Não significa simplesmente “discordo da decisão”, é uma posição contra a proposta. Tem de ser bem argumentado, para que o grupo perceba as razões. É um direito, para que não existam minorias. E a não aceitação do bloqueio vai contra os princípios do consenso, significa falta do respeito por outras opiniões, fragiliza o grupo e pode provocar a desistência de pessoas envolvidas.

O processo de decisões por consenso exige participação activa de todos, não podemos ser passivos como no voto. Como chegar lá? Fazer perguntas quando há dúvidas, ser flexivel, ter respeito pelos outros, explicar as opiniões de forma clara, fazer esforço para compreender outros pontos de vista, escutar de forma activa, não ter medo de conflitos e considerar as decisões em termos de bem estar do grupo e não em termos individuais.

Como conclusão dos dois primeiros momentos da assembleia, o facilitador de serviço lembrou que estamos num momento em que, tendo em conta o princípio da inclusão, devemos reflectir sobre o que é o consenso, evitando a expressão “vamos votar”.

Preparação da associação
Entretanto, foi dada a notícia que, pouco antes da assembleia começar, chegara ao email da Es.Col.A a minuta do contrato de promessa proposto pela câmara (info em câmara disponível para assinar contrato de promessa), cujas cláusulas foram lidas para todos ouvirem. Nada a opor, sendo reiterada a confiança nas duas representantes que o assinarão. Apenas foi manifestado algum desconforto da parte de uma das representantes (a outra esteve ausente) quanto ao facto da minuta se referir às segundas outorgantes como “responsáveis e promotoras” da Es.Col.A e da associação a constituir com o mesmo nome, por se tratar de um projecto de um grupo de pessoas e não exclusivamente de duas. Fez-se referência à ausência de data para o desemparedamento e entrega das chaves. O contrato de promessa obriga a constituir a associação Es.Col.A no prazo máximo de 30 dias úteis. A câmara quer assinar o contrato de cedência da ex-escola da Fontinha nos 10 dias úteis seguintes.

Sobre o futuro contrato surgiram alguns comentários: Temos de saber, quanto antes, que contrato nos propõem assinar, porque o processo de atingir o consenso na aprovação do contrato será demorado; Não nos podemos comprometer a assinar um contrato que não conhecemos; Acho que o contrato com a câmara vai ser envenenado e vai ser duro de roer.

Pensamentos e receios à parte, há que tratar da constituição da Es.Col.A como pessoa colectiva. Ficou então a saber-se que o presidente do Centro Social e Cultural Ilhéus (sedeado no Bonjardim e há tempos desactivado) mostrou disponibilidade para oferecer a associação à Es.Col.A. Moldura jurídica e conta bancária são os únicos bens da colectividade. A proposta tem por objectivo facilitar a constituição da associação Es.Col.A, poupando-se os 250€ que custa criar uma associação na hora.

Várias pessoas manifestaram-se pouco agradadas com a ideia, preferindo que seja criada uma associação de raiz. Uma associação na hora, com estatutos tipo, que podemos mudar posteriormente, para além de definirmos o regulamento interno. Por outro lado, como o contrato de promessa da câmara prevê que o contrato de cedência seja estabelecido especificamente com a associação Es.Col.A, questionou-se que vantagens tirar da oferta, quando será preciso gastar dinheiro para mudar o nome e os estatutos. E 30 dias chegarão para o fazer? E havendo dinheiro na conta do Ilhéus, também será oferecido? É que se assim for, dependendo da quantia, poderá dar para pagar as custas das alterações a fazer… E não será também preciso mudar a morada? E é preciso saber se o nome Es.Col.A está disponível no registo das associações. Se não for o caso, serão precisos mais 56€, e provavelmente essa verba aumentou, diz quem criou uma associação na hora há um ano e pagou nessa altura 170€ por algo que agora custa 250.

Como ninguém estava devidamente esclarecido para tirar as dúvidas que surgiam, quatro pessoas ofereceram-se para se informar sobre os cenários possíveis: fazer uma assocação de raiz ou aproveitar a oferta do Ilhéus e fazer posterior alteração do nome. Saber o que é necessário, saber custos, saber tempos. De forma a termos uma base que nos permita tomar decisões na próxima assembleia, marcada para cinco dias depois.

A 15ª assembleia chegava ao fim, era altura de merendar. Apesar de ter falhado a animação prevista no programa, o pessoal estava animado. Nem todos ficaram para o cair da noite, mas o Largo da Fontinha teve convívio até depois das 22h30, hora a que começaram as arrumações. Na memória ficaram as imagens, projectadas numa tela pendurada numa árvore, da Es.Col.A na escola, depoimentos de moradores da Fontinha e o vídeo sobre Kukutza III Gaztetxea, um caso de sucesso de uma okupa em Bilbau, que recebeu recentemente ordem de despejo (info em pt.indymedia.org/conteudo/newswire/5148).


sábado, 16 de julho de 2011

câmara disponível para assinar contrato de promessa


Ontem, uma hora antes da assembleia, a Es.Col.A recebeu o seguinte email de Carmo Costa, técnica superior da Divisão Municipal de Gestão e Avaliação do Património:

“Remete-se em anexo minuta do contrato de promessa de celebração de contrato de cedência temporária, nos termos propostos pelo Departamento Jurídico e aprovados pela Ex.a Sr.a Vereadora do Pelouro do Conhecimento e Coesão Social. Entretanto, contactaremos V. Ex.as para efeitos de concretização do mesmo e entrega do espaço.”

Quer isto dizer que a câmara do Porto aceita assinar um contrato de promessa com duas representantes da Es.Col.A, o que nos permitirá dispor da antiga escola primária do Alto da Fontinha antes da formalização da associação. Está por definir o tempo entre a assinatura deste contrato e o desemparedamento e entrega das chaves, se bem que responsáveis pelo património municipal tenham dito, na reunião com representantes da Es.Col.A na semana passada, que isso seria concretizado no dia seguinte à assinatura.

A minuta enviada do Contrato de Promessa de Celebração de Contrato de Cedência Temporária tem seis cláusulas.

Cláusula 1, Objecto. O primeiro outorgante (a Câmara do Porto) comprmete-se a celebrar com a futura Associação Es.Col.A – Espaço Colectivo Autogestionado do Alto da Fontinha, associação sem fins lucrativos, um contrato de cedência temporária que estipule o gozo do espaço requerido, devendo a associação estar legalmente constituída no prazo máximo de 30 dias úteis a contar da data da celebração do contrato de promessa de celebração de contrato de cedência temporária. O contrato de cedência temporária posterior será celebrado no prazo de 10 dias úteis a contar da data da constituição da associação.

Cláusula 2, Destino. Os fins da cedência são exclusivos ao desenvolvimento do projecto Es.Col.A.

Cláusula 3, Obrigações dos Outorgantes. O primeiro outorgante compromete-se a proceder ao desemparedamento do edifício e a entregar às segundas outorgantes as chaves do mesmo, no prazo de …. dias úteis a contar da celebração deste contrato; as segundas outorgantes obrigam-se, durante a vigência deste contrato, a zelar pela boa conservação e manutenção do imóvel e a não o utilizar para fins diferentes dos previstos no contrato.

Cláusula 4, Resolução. O incumprimento do prazo fixado no número dois da cláusula primeira (constituição de associação no prazo máximo de 30 dias) constitui fundamento de resolução do presente contrato.

Cláusula 5, Devolução do Imóvel. Em caso de resolução, as segundas outorgantes obrigam-se a entregar ao primeiro outorgante o imóvel cedido no prazo de 15 dias úteis a contar da data da respectiva notificação.

Cláusula 6, Efeitos Jurídicos. O presente contrato produz efeitos jurídicos a partir da data da sua assinatura.

Falta marcar essa data e esperar que o desemparedamento seja imediato.
Tudo indica que na próxima semana a Es.Col.A regresse à escola.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

assembleia, merenda, animação e projecções


15ª ASSEMBLEIA
15 julho 6ªfeira 18h30

Largo da Fontinha

Porque é sexta-feira e há algumas semanas que não se merenda na Fontinha, propõe-se que esta assembleia termine em convívio, com comes e bebes autogestionados e com animação musical, cujo programa está a ser ultimado e será em breve divulgado. Queremos também apresentar registos de imagens e depoimentos dos moradores que têm vindo a ser recolhidos. Era interessante aproveitar a ocasião para visionar imagens de encontros na Fontinha, do S. João, por exemplo. Por isso, traz (em suporte digital) registos que tenhas e queiras partilhar.

O ideal será a merenda começar pelas 20h30. Assim, e no sentido de continuar a discussão sobre os caminhos a seguir em termos de relação com a câmara do Porto e em termos de associação, a proposta para a ordem de trabalhos incide no esclarecimento do significado de consenso, um dos princípios basilares do projecto Es.Col.A (VER PRINCÍPIOS E FUNCIONAMENTO). Teremos também oportunidade de saber se o departamento municipal do Património e Aprovisionamento já deu aval à promessa de contrato proposta pela Es.Col.A, que, assim que assinado, nos permitirá dispor da escola do Alto da Fontinha pelos 40 dias úteis seguintes, enquanto se preparam os requisitos da câmara para poder assinar um contrato de cedência de imóvel público.

Para a merenda autogestionada, traz comida, bebida, talheres, pratos, mesas, tudo o que aches necessário, sem te esqueceres que muita malta é vegetariana.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

em busca de consenso


Resumo da 14ª assembleia, 11 Julho, Largo da Fontinha

A 14ª Assembleia da Es.col.A começou com pouco mais de quarenta pessoas reunidas no Largo da Fontinha. A ordem de trabalhos era extensa e previa-se uma sessão séria pois encontramo-nos num momento de grandes e importantes decisões. Contudo, como alcançar consenso é um processo incompatível com a pressa, a assembleia terminou com uma única decisão: confimação do mandato de duas representantes para assinarem a promessa de contrato proposta pela Es.Col.A à Câmara do Porto, com vista à cedência imediata da escola do Alto da Fontinha por 40 dias úteis, para nos dar tempo para tratarmos da constituição da figura jurídica requerida para podermos assinar um contrato até 31 de Dezembro.

Para ganhar algum balanço, primeiro foi focado um assunto mais funcional. Como a realização das assembleias exige uma fonte de electricidade, que tem sido disponibilizada por habitantes do Largo da Fontinha, discutiu-se a melhor forma de compensar estes gastos. Desde a festa de São João que o projecto lida com dinheiro, mas com a pessoa responsável ausente, a dívida não podia ser saldada directamente. Depois de algumas propostas, a solução surgiu com a disponibilidade de uma participante da assembleia para avançar a quantia em causa, na condição de, em breve, serem apresentadas as contas de forma transparente.

De seguida, foi feita a descrição da reunião que três representantes da Es.Col.A tiveram com responsáveis do departamento municipal do Património e Aprovisionamento. Essencialmente, foi proposto à Câmara ocuparmos a escola imediatamente através da assinatura de uma promessa de contrato com duas representes da Es.Col.A, perante o compromisso de se constituir formalmente como associação e assumir figura jurídica em 30 dias úteis, para nos 10 dias seguintes se assinar o contrato de cedência do imóvel, dando tempo a um projecto que envolve decisões por consenso assembleário. A Câmara mostrou-se disponível para esta proposta e ficou de responder até 4ª feira, 13 de Julho. A correr bem teríamos a chave da escola na 6ª feira seguinte.

Dos termos do contrato avançou-se que será necessário o pagamento de uma renda mensal de 30€, os gastos com água e electricidade serão suportados pela Câmara, o contrato vigora até 31 de Dezembro, podendo haver negociações para prolongar o prazo, a fiscalização da Câmara está prevista e é justificada com exemplos anteriores de uso indevido de espaços públicos, e as eventuais obras que o projecto Es.Col.A queira realizar implicam aviso prévio. Também foi entregue um exemplar do Projecto de Actividades da Es.Col.A, autenticado com a assinatura das duas representantes do projecto, um acto além do que haviam sido mandatadas na assembleia anterior, mas justificado pelo facto de se tratar de cópia de documento anteriormente entregue à vereadora.

O resumo da reunião com os responsáveis do património municipal provocou diferentes reacções e muitas questões. Algumas pessoas mostraram-se pouco confortáveis com o pagamento de renda de um espaço público: por que é que devemos aceitar as condições da Câmara em vez de renegociar o contrato de acordo com os nossos princípios?

Era nítida a presença de duas tendências. Não aceitar a proposta de contrato da Câmara e tentar impor condições nossas, como, por exemplo, não pagar uma renda de um espaço público, ou então, aceitar a proposta de contrato da Câmara e renegociar desde já os termos de um novo contrato.

Durante hora e meia desfilaram argumentos. Por um lado, considerava-se que este processo negocial está a desvirtuar os princípios fundadores do projecto Es.Col.A; a Câmara deve ceder espaços públicos e não arrendá-los; para mudar alguns termos do contrato é mais transparente começar agora a dizer o que queremos nem que tenhamos de esperar mais tempo pela utilização da escola; a escola foi-nos raptada pela Câmara e agora temos de lidar com o raptor, por isso devemos ter cautela e negociar sem pressa porque estamos sempre a aceitar as condições impostas pela Câmara; estamos a resolver acções políticas com assuntos técnicos e isso não será um bom exemplo.

A outra perspectiva defendia que os focos de discussão do contrato são questões técnicas que de momento não podem ser ultrapassadas, será melhor resolver os problemas de curto prazo e deixar outros aspectos para mais tarde; os 30 euros ultrapassam os custos de uso da escola e uma atitude contestatária pode privar-nos destes benefícios; o pagamento de renda livra-nos da imagem de que estamos a receber subsídios; assinar agora um contrato não nos impede de renegociar determinadas cláusulas e alterar aspectos jurídicos; ocupar a escola é o essencial, evita o desgaste e irá fornecer bastante energia a todos; depois de termos novamente a escola podemos fazer um abaixo-assinado pela comunidade a pedir isenção de renda; temos que aproveitar esta grande oportunidade e fazer da abertura da escola um momento simbólico que pode levar a situações semelhantes; não é verdade que temos vindo a aceitar todas as condições da Câmara, temos feito algumas alterações àquilo que nos tem sido proposto e o facto de podermos voltar a utilizar a escola é que traduz uma cedência da parte do município.

Pelo meio havia quem preferisse não decidir nada para já e procurar apoio jurídico para ajudar a resolver os problemas discutidos, o que outros contestaram porque seria repetir trabalho.

O consenso nunca foi fácil e desta vez estava particularmente complicado. Havia indecisão no ar, discutiam-se aspectos decididos na assembleia anterior, confundiam-se palavras, houve interpretações erradas, os ânimos exaltaram-se. A situação provocou a necessidade de clarificar o funcionamento da assembleia. Os facilitadores fizeram questão de referir que neste momento há dois caminhos possíveis para o projecto e que a decisão por um deles pode levar ao abandono de algumas pessoas à causa da Es.Col.A. No entanto, nada deve impedir que se chegue ao melhor consenso possível. Para tal foi sugerido que os elementos mais ligados a cada uma das posições em debate se juntassem e preparassem bem a sua argumentação.

No momento a ideia geral era interromper os trabalhos, mas tínhamos que tomar uma decisão em relação ao próximo encontro com os responsáveis camarários. Assim, foi proposto que as representantes da Es.Col.A levassem um mandato para apenas assinarem a promessa de contrato. O consenso finalmente apareceu e a proposta foi aprovada. Aproveitou-se a onda de maior acalmia para marcar a próxima assembleia para 6ª feira, 15 de Julho, seguida de mais uma famosa merenda autogestionada.

No final as caras mostravam cansaço e algum desalento, mas ninguém manifestava o desejo de desistir, pois o caminho escolhido pelo projecto Es.Col.A é libertário e usa o consenso para obter decisões de qualidade, e se isso fosse fácil não seria algo tão invulgar nos dias de hoje.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

preparação do regresso à escola


14ª ASSEMBLEIA
11 julho 2ªfeira 18h30
Largo da Fontinha

O primeiro momento será para sabermos como correu a reunião com responsáveis do departamento municipal do Património e Aprovisionamento, na passada 5ª feira. Para de seguida prosseguirmos com os trabalhos de preparação do processo de formalização da associação Es.Col.A.

sábado, 9 de julho de 2011

Es.Col.A acata formalização


Resumo da 13ª assembleia, 6 de Julho, Largo da Fontinha

Contrariando uma decisão de primeira hora, a Es.Col.A vai constituir-se formalmente como associação e assumir figura jurídica. A hipótese negada à nascença foi reequacionada a bem do objectivo do projecto, uma vez que é condição sine qua non para a câmara municipal do Porto ceder à comunidade o equipamento da antiga escola primária do Alto da Fontinha. E foi aceite tendo como condição sine qua non para a Es.Col.A que a formalização do projecto não violará os seus princípios, nomeadamente o seu carácter autogestionário e a horizontalidade da organização, assente em decisões consensuais tomadas em assembleia, o que será salvaguardado no regulamento estatutário da futura associação.

Foram precisas cerca de duas horas para se chegar a esta decisão na última quarta-feira, no dia seguinte à notícia de que a câmara respondera afirmativamente ao pedido de licença temporária da ex-escola primária da Fontinha. Considerar a constituição da Es.Col.A como figura jurídica foi, e continua a ser, “osso duro de roer”. Mas o advogado presente não deixou margem para dúvidas: a câmara só assina um contrato de cedência de imóvel com uma pessoa colectiva, nunca com um grupo informal de cidadãos. Quando chegou a altura de sondar os presentes sobre a decisão a tomar, ninguém levantou o braço contra a formalização do projecto, mas vários braços no ar se abstiveram, ainda que menos do que os favoráveis. As razões ideológicas dominaram os motivos da abstenção, manifestada para mostrar desacordo mas não suficiente para bloquear a decisão. “Sobrevivo bem com a criação da associação porque o projecto Es.Col.A se sobrepõe”, justificou um dos abstencionista.

Entre as hipóteses possíveis, optou-se pela constituição da Es.Col.A como associação sem fins lucrativos. Ficou por decidir se será uma associação na hora, de registo digital e rápida concretização mas que impõe estatutos que terão de ser revistos posteriormente, ou uma associação registada numa conservatória pelos moldes tradicionais, o que poderá demorar três semanas mas permitirá definir e aprovar previamente os estatutos. Criar uma associação na hora tem custos: 250 euros, que não existem e será necessário angariar/recolher. Fazer alterações posteriores aos estatutos poderá custar outro tanto.

Pelo menos 10 das cerca de 40 pessoas presentes mostraram-se disponíveis para fazer parte dos órgãos sociais da associação, designadamente direcção, assembleia-geral e conselho fiscal. Cada órgão terá três membros, eleitos e revogáveis a qualquer altura, e que na prática terão iguais direitos e responsabilidades de todos os outros. Essa foi a vontade expressa em assembleia. Por definir está os moldes em que isso ficará consignado, se num regulamento interno a debater e aprovar posteriormente, caso se opte por uma associação na hora, ou através dos estatutos, se se enveredar por uma associação registada em conservatória.

O exemplo de uma associação recentemente constituída no Porto foi apresentado para tentar afastar receios quanto à eventual futura sobreposição de vontade individual suportada num título orgânico: “Somos todos libertários e não deixamos de o ser ao constituir a associação, definida que está como estrutura horizontal. Na nossa associação, ninguém manda mais do que ninguém”, garantiu um desses elementos, presente na assembleia da Es.Col.A. Também se disse que o problema dos estatutos poderia ser contornado através da elaboração de um regulamento interno.

A brisa nocturna anunciava-se e nada ainda tinha sido delineado em concreto em relação à reunião marcada, supostamente para assinar o contrato de cedência da escola, para o dia seguinte, às 18h00, com António Rebelo, responsável do Departamento Municipal de Património e Aprovisionamento. Conforme prometido, a Es.Col.A recebera na tarde anterior um email a dar conta de que para a instrução do processo seria necessário apresentar identificação e estatutos da associação, descrição dos fins da cedência (actividades a desenvolver no espaço) e plano de actividades para o período da cedência. Em anexo, foi enviada minuta tipo utilizada para os contratos de cedência temporária.

Nada disso estaria pronto no dia seguinte, a não ser a descrição dos fins de cedência, que constava dos dossiês entregues à vereadora Guilhermina Rego na reunião de 6 de Junho. E se não estava pronto então, também não o estaria 24 horas depois. Vai daí, a reunião seria meramente preparatória, a não ser que se conseguisse estabelecer um acordo verbal ou escrito de promessa de cedência do imóvel pelo tempo suficiente para preparar os requisitos da câmara, permitindo que a Es.Col.A retome quanto antes o imóvel, que continua tristemente fechado. Essa hipótese foi aventada após a apresentação de um rascunho de contrato promessa sugerido por uma advogada, consultada no dia anterior por dois dos presentes. Nesse contrato promessa, o segundo outorgante, que virá a ser a Es.Col.A, seria temporariamente substituído por duas pessoas, devidamente identificadas, durante um período de tempo que permitisse a formalização do projecto.

Éramos já menos de metade dos inicialmente reunidos nessa tarde no Largo da Fontinha quando se passou à apreciação das cláusulas desse contrato promessa. Apesar dos poucos presentes, acabou por se anuir delegar poderes nas duas pessoas que se tinham disponibilizado para representar a Es.Col.A na reunião com António Rebelo para assinar um contrato promessa, cujas cláusulas foram entretanto superficialmente limadas, e que acabaram por ser mais tarde apuradas na lista electrónica de discussão da Es.Col.A.

Era notório o cansaço quando a assembleia foi dada por concluída. Um terceiro elemento juntou-se entretanto às duas pessoas que se haviam voluntariado para a reunião do dia seguinte. A próxima assembleia da Es.Col.A ficou marcada para segunda-feira, 11 de Julho, 18h30, no Largo da Fontinha. Ordem de trabalhos: dar seguimento ao processo de constituição da associação.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

há muito para conversar e preparar


13ª ASSEMBLEIA
6 julho 4ªfeira 18h30
Largo da Fontinha

Ontem foi dia de festa, de comemorar vitória. Hoje voltamos ao trabalho, há muito para conversar e preparar. Conhecido o sim da câmara ao regresso da Es.Col.A à escola primária do Alto da Fontinha, temos de tratar de dar resposta aos requisitos.

Já recebemos minuta de contrato de cedência temporária, que temos de adaptar à nossa situação. E de decidir, antes de mais, como contornar a exigência de formalização do projecto Es.Col.A, sendo certo que, para a instrução do processo de cedência do imóvel municipal, deveremos apresentar: identificação e estatutos da associação; descrição dos fins da cedência (actividades a desenvolver no espaço) e plano de actividades para o período da cedência.

Amanhã, 5ª feira, 7 de Julho, às 18h00, a Es.Col.A tem reunião no Departamento Municipal de Património e Aprovisionamento, idealmente marcada para assinar o contrato que permitirá devolver a escola primária do Alto da Fontinha à comunidade local. Temos de decidir quem vai apresentar o quê.

Esta é uma assembleia primordial. Não faltes e não deixes que a festa de ontem te roube a responsabilidade de amanhã.

terça-feira, 5 de julho de 2011

hoje é dia de comemorar


Hoje, a partir das 18h30, a festa é na CasaViva, que disponibiliza o espaço e oferece jantar pela noite dentro. Mas para que não falte nada, participa com comes e bebes.

Não faltes, vamos brindar e traz outro ocupa também!

A CasaViva fica praça marquês de pombal,167 (bate o batente) mapa



habemus Es.Col.A na escola!


Como o projecto que está a ser estudado para a antiga escola primária do Alto da Fontinha continua atrasado, a câmara decidiu conceder ao nosso projecto uma licença provisória de utilização do espaço! Nem mais nem menos, foi esta a resposta que a vereadora Guilhermina Rego transmitiu esta manhã à delegação da Es.Col.A.

Será uma licença até ao final de Dezembro, a iniciar assim que seja assinado um contrato, cuja minuta nos será ainda hoje enviada, garantiu António Rebelo, engenheiro responsável pelo património municipal, com quem ficou agendada reunião na próxima quinta-feira, pelas 18h00.

Entretanto, na assembleia de amanhã teremos oportunidade de analisar as cláusulas do contrato, que prevê que o segundo outorgante seja uma associação com figura jurídica. "Têm de contornar a situação", contrapôs António Rebelo quando lhe foi transmitida a prerrogativa da Es.Col.A ser constituída por um grupo informal de cidadãos.

O contrato proposto pela câmara substitui a proposta de comodato apresentada pela Es.Col.A na reunião de 6 de Junho, o que nos foi justificado pelo facto de os contratos de comodato já não existirem no código regulamentar da autarquia.

Além do responsável do património, a vereadora fazia-se acompanhar pelo seu adjunto Manuel Monteiro e pela doutora Raquel, da Porto Social. A reunião teve lugar na mesma sala do 4º andar, à volta da mesma mesa da última reunião. Esta não demorou mais de 20 minutos.

Hasta la vitória siempre!

delegação de cinco pessoas reúne com vereadora


Resumo da 12ª assembleia, 4 de Julho, Largo da Fontinha

A última assembleia da Es.Col.A foi talvez a mais curta de todas. Faltavam alguns minutos para as 20h00 e os presentes despediam-se “até quarta”, 6 de Julho, às 18h30, data da próxima assembleia. Cinco despediram-se “até amanhã”, na câmara municipal do Porto. Definido que a delegação que reuniria na manhã seguinte com a vereadora do Conhecimento e Coesão Social não ia mandatada para aceitar proposta alguma que não passe pelo regresso às instalações da antiga escola primária do Alto da Fontinha, fecharam-se as contas da festa do S. João e falou-se um pouco da limpeza e manutenção do Largo da Fontinha, que em breve será presenteado com um ecoponto.

Após a apresentação da ordem de trabalhos, uma das duas participantes na assembleia municipal do Porto na segunda-feira anterior, 27 de Junho, resumiu (a pensar nos presentes sem acesso à internet) o que lá se passara, destacando a hostilidade manifestada pelo presidente da mesa da assembleia, que acabaria por limitar a sua intervenção ao apelo para que os deputados intercedessem pela manutenção do espaço colectivo autogestonado do Alto da Fontinha. Coincidência ou não, na manhã seguinte, a secretária da vereadora telefonava a marcar reunião para 5 de Julho, às 9h15.

Ainda se tentou adiantar hipotéticos cenários em relação à resposta da autarquia, mas rapidamente se percebeu que seria uma perda de tempo: não restava outra alternativa senão aguardar. Ouvir será o papel principal de quem lá irá, tendo como certo que a Es.Col.A não abdica de se constituir como grupo informal de pessoas e que insiste que lhe seja concedida licença de utilização das instalações da escola primária do Alto da Fontinha. Tudo o que lhe seja proposto que não vá nesse sentido terá de ser levado à assembleia. A delegação que representará a Es.Col.A não terá, como na primeira reunião, poder decisório, tendo como inerente a incumbência de defender os princípios do projecto. Cinco pessoas mostraram-se disponíveis para representar esse papel, duas das quais moradoras no bairro.

Encerrado o primeiro ponto da assembleia com a marcação para dois dias depois da assembleia seguinte, voltou-se a falar do S. João: primeiro, para acertar contas com quem ainda tinha dinheiro a receber de despesas com a festa; depois, por causa da queixa de uma moradora da Fontinha, que não gostou que, no dia a seguir à festa, assadores, mesas e cadeiras ainda estivessem no largo, o que documentou com fotografias enviadas por email para a Es.Col.A, em que manifestou o seu desagrado para com o projecto e os seus voluntários. Apesar de convidada a participar na assembleia de ontem, a moradora não compareceu, nem tão pouco deu mais notícias.

O assunto, abordado na lista global de discussão da Es.Col.A, suscitou uma proposta de embelezamento do largo, tendo por base o objectivo do projecto: revitalizar espaços abandonados. Pintados que foram recentemente alguns dos seus canteiros, por que não recheá-los de plantas aromáticas? Por que não ressuscitar a equipa do Jardim? As propostas, que também não passaram do domínio virtual, foram apenas afloradas na assembleia, porque os seus proponentes não estavam presentes e porque a expectativa quanto à resposta da autarquia dominava os pensamentos. Foi neste tema que se ouviu a proposta de construir um ecoponto no largo, ficando por acertar data e hora para meter mãos à obra.

Terminada a assembleia, foram recolhidas as garrafas vazias que se encontravam na cobertura do depósito municipal de lixo, encostado ao largo, contra as quais também se insurgiu a queixosa moradora. Houve quem sugerisse construir uma obra de arte com as ditas, houve quem considerasse que, por si mesmas, onde se encontravam, eram uma obra de arte, mas o mais activo dos adolescentes da Fontinha ofereceu-se para as apanhar, no que contou com a ajuda de um adulto. As garrafas seguiram para o vidrão.













E a Es.Col.A voltará à escola?

sexta-feira, 1 de julho de 2011

na véspera da reunião com vereadora


12ª ASSEMBLEIA
4 julho 2ªfeira 18h30

Largo da Fontinha

A vereadora Guilhermina Rego marcou reunião com a Es.Col.A para o dia seguinte, terça-feira, 5 de Julho, às 9h15, no edifício da câmara municipal do Porto. Temos de saber quem vai e com que mandato. Da resposta que nos vai ser dada, nada sabemos.

Aproveitaremos para também falar, para além do que for entretanto sugerido, das propostas que surgiram para limpar e melhorar o Largo da Fontinha, que está esquecido por quem o tutela, sem obras de manutenção e transformado em retrete canina. Esperamos a presença da moradora que se queixa da perturbação que lhe causa as actividades da Es.Col.A no largo, para compreendermos as suas razões e, juntos, conciliarmos vontades.